IDÉIAS PARA DOURADOS, MS
IDÉIAS PARA DOURADOS, MS
Ao ler posts em blogs e comentários dos cidadãos, vemos que existem muitas críticas à prática dos políticos, à corrupção que grassa nos meios políticos, à prática do fisiologismo e do clientelismo que norteia quase todos os quadrantes deste país.
É preciso que usemos este espaço democrático, para pensar em práticas que elevem o nível da discussão, para podermos expressar idéias que possam contribuir para o fortalecimento e engrandecimento de Dourados e de nossa região.
A política reflete a sociedade. Temos políticos ruins, de má índole e sem princípios morais, porque nós, eleitores, colocamos eles lá, para nos representar. Talvez a sociedade como um todo esteja doente, valorizando a prática do “jeitinho”, da esperteza, do levar vantagem em tudo, e os políticos, sejam apenas um reflexo desses atos que são praticados por uma maioria de seus cidadãos.
Talvez os cidadãos de bem, pudessem se organizar, para sugerir que nossa cidade passe por uma reavaliação e possamos, enquanto cidadãos, sugerir projetos que realmente contribuam para o crescimento e a melhoria das condições de vida para os douradenses.
Quando olhamos Dourados pelo Google Earth, vemos que ela é cortada por 3 avenidas principais, a Marcelino Pires, a Presidente Vargas e a Hayel bon Faker, cortando a cidade nos eixos norte –sul e leste-oeste, sem que haja corredores interligando bairros. É preciso criar corredores (aquilo que em medicina, nós chamamos de circulação colateral) que permitam as interligações das diversas regiões, sem que fosse preciso ir até o Centro.
Temos 2 parques, o Antenor Martins e o Arnulpho Fioravante, que estão há décadas abandonados, com o mato crescendo, sem que a população possa efetivamente utilizar esses espaços em todo o seu esplendor. Tentou-se, no governo Tetila, dar uma utilização melhor, mas ficou apenas na intenção, ficando incompleta obras que viabilizassem sua real utilização, com criação de pistas de caminhada, espaço para se fazer piqueniques, arborizar e fazer projetos de paisagismo, para enriquecer o entorno dos lagos. São espaços tão bonitos e dentro da cidade que dá dó vê-los tão pouco utilizados e abandonados, tornando feio um local que tem uma grande potencialidade para de tornar um lindo cartão postal da cidade.
Temos poucas praças e locais de convívio social. Nós douradenses, temos o hábito de tomarmos o tereré, mas precisamos fazê-lo na calçada em frente às nossas casas. E se criássemos espaços para o convívio social, onde os jovens pudessem incrementar esse hábito, um espaço para jogar conversa fora, para se ouvir música regional, enfim, tentarmos um espaço onde fosse possível realizar o resgate de nossa cultura douradense?
É preciso que recuperemos e revitalizemos os córregos que cortam nossa cidade. ‘Seria uma oportunidade resgatar o projeto do Laranja Doce, do arquiteto Luis Carlos Ribeiro, que teve e tem ótimas idéias para nossa cidade.
É preciso tirar o carro do centro comercial, criando espaços com calçadões para pedestres, para incrementarmos o comércio da área central.
É preciso refazer as ciclovias destruídas pelo Ari Artuzi, pois somos uma cidade onde o número de bicicletas é imenso e só não a utilizamos mais, por falta total de segurança de se andar na rua, pois as ciclofaixas, em que pesem suas falhas de projeto no governo Tetila, pois foram implantadas sem que as ruas fossem alargadas o suficiente para permitir o convívio entre bicicletas e automóveis, em si, era uma boa idéia e que o prefeito cassado e preso, fez o favor de destruir em seu “desgoverno”.
Precisamos pensar na questão indígena com seriedade e responsabilidade, pois os indicadores de suicídio, alcoolismo, uso de drogas, assassinatos e outras violências, mostram que temos, a poucos quilômetros de nossa área urbana, um caldeirão prestes a explodir, a qualquer momento, se ficarmos apenas empurrando o problema com a barriga, como temos feito durante décadas.
Precisamos pensar na vocação da nossa cidade. Queremos ser uma cidade educadora? Uma cidade universitária? Um grande centro comercial? Um grande centro de prestação de serviços? Uma cidade industrializada, ou então, a soma de tudo isso? O poder público precisa participar das discussões com a Academia, com as nossa Universidades, para que possamos buscar soluções e aproveitarmos todo o manancial de idéias e riqueza de conhecimento que a vinda dos professores universitários, com doutorado, mestrado e pós doutorado, para que possam ajudar a contribuir para o enriquecimento de nossa cidade. Precisamos pensar em incubadoras de empresas, onde os professores universitários possam criar empresas tecnológicas de ponta, nas mais diversas áreas tecnológicas, para que elas produzam produtos e materiais de alta tecnologia, em consórcio com pequenas e grandes empresas.
Precisamos lutar para sairmos do isolamento em que nos encontramos, viabilizando um grande aeroporto, que possa ter vôos internacionais, pois estamos tão perto de países do Mercosul e de suas capitais. Precisamos pensar no eixo ferroviário, para baratear o transporte de nossos produtos agrícolas. Precisamos lutar para que a BR 163 seja duplicada, de Mundo Novo até Pedro Gomes, pois teremos a oportunidade de sermos um entroncamento rodoviário importante e permitir com isso, uma interligação aos grandes centros do país.
Precisamos discutir seriamente o modelo de trânsito de nossa cidade e a sua violência, com veículos trafegando a altíssima velocidade por suas ruas e avenidas, com motociclistas e ciclistas fazendo verdadeiras loucuras, desrespeitando regras elementares de trânsito e de cidadania. Somos uma cidade que desrespeitamos o pedestre, com semáforos com ciclos muito rápidos, onde todos saem em disparada assim que o sinal abre, pois em poucos segundos o sinal se fecha e não teremos conseguido sair do lugar se marcarmos bobeira ou tentarmos ser civilizados com os pedestres que atravessam a faixa quando o sinal se abre. Quase ninguém respeita o sinal vermelho e contornar uma rotatória é uma experiência onde o veículo de maior porte quer passar por sobre o menor e mais fraco.
Viajando por São Paulo, onde morei há 20 anos atrás, pude perceber que o trânsito, embora muito mais congestionado e caótico, apresenta uma característica importante, com todos respeitando a velocidade permitida nas vias, em geral de 60km/h. Ou nas marginais, onde se circula a 90 km/h. Qual o segredo? Pardais e sensores de velocidade a cada 300 metros, sensores nos semáforos nos cruzamentos de via, semáforos sincronizados no tempo, e, principalmente, a presença maciça de guardas de trânsito, os marronzinhos da CET. Talvez fosse interessante copiar esse modelo, que foi muito criticado no passado, sendo chamado de “Indústria de multas”, mas que, com certeza, ajuda a racionalizar e a se fazer respeitar os limites de velocidade e as leis de trânsito.
Enfim, são muitas as idéias, que poderiam ser discutidas pela sociedade e que, se efetivamente implementadas, talvez pudessem contribuir para que tivéssemos uma Dourados melhor e mais humana, como pregava o slogan de um político do passado.